ELT in Brazil

A aula foi boa? Como saber?

Quando queremos avaliar se uma ação nossa foi boa ou ruim, talvez até de um ponto de vista da moral, podemos pensar de duas formas diferentes.

Podemos avaliar a nossa intenção com aquela ação

Ou

Podemos avaliar as consequências daquela ação

Se olharmos pela intenção, avaliamos se a intenção da ação foi boa. Para Kant, a boa vontade é a única coisa no mundo absolutamente boa. Daí, se a intenção teve boa vontade, por mais que não tenha atingido o objetivo esperado, podemos dizer que foi uma boa ação.

Por outro lado, podemos nos valer das consequências da ação. O que aquela ação causou foi bom? Em caso afirmativo, a ação foi boa.

Vejamos um exemplo. Todos pagamos impostos na esperança de que esses sejam usados para melhorar as condições de vida de nossos conterrâneos. Imagine que esses impostos são desviados e acabam nos bolsos de um ou outro político corrupto que usará esse dinheiro para financiar mais crimes.

Se avaliarmos pela intenção, o pagamento de impostos é bom, porque nossa vontade foi boa.

Se avaliarmos essa ação pela sua consequência, temos que esse pagamento não foi bom. O resultado foi péssimo. Perceba também que a consequência está, muitas vezes, fora do nosso controle. Existem uma infinidade de variáveis que não controlamos e que afeta o resultado final da ação.

Temos também o problema do tempo: até onde avaliamos as consequências de uma ação? Consequências imediatas? Consequências daqui a 5 dias? 5 anos? 500 anos? E se em 1000 anos percebermos que a ação causou, como no efeito borboleta, um evento catastrófico?

Bom,

de volta para a aula. Usaremos as duas formas acima para avaliar essa aula. Imagine que não atingi os objetivos que desenhei para aquela aula naquele dia. Como consequencialista que sou, direi que a aula foi um fracasso, mesmo sem saber quais as consequências da aula em criar uma schemata mais sólida para aprendizado futuro.

Se for na onda de Kant, digo que não; a aula foi boa sim porque minha intenção era boa. 

Agora, vai explicar isso para o seu Assessor de Cambridge…

[EN]

Was it a good class? How do you know?

If we want to assess whether our actions are good or bad, perhaps even from a moral standpoint, we can think in two different ways.

We can assess our intention with that action

Or

We can assess the consequences of that action

If we look at the intention, we evaluate whether the intention of the action was good. For Kant, goodwill is the only thing in the world that is absolutely good. Therefore, if there is goodwill, even if it did not achieve the expected goal, we can say it was a good action.

On the other hand, we can rely on the consequences of the action. Was what that action caused good? If so, the action was good.

Let’s look at an example. We all pay taxes hoping that they will be used to improve the living conditions of our fellow citizens. Imagine that these taxes are diverted and end up in the pockets of a corrupt politician who will use this money to finance more crimes.

If we assess it by intention, paying taxes is good because our will was good.

If we assess this action by its consequences, we have to say that this payment was not good. The result was terrible. Also, note that the consequence is often beyond our control. There are countless variables that we do not control and that affect the outcome of the action.

We also have the problem of time: how far do we evaluate the consequences of an action? Immediate consequences? Consequences in 5 days? 5 years? 500 years? And what if in 1000 years we realize that the action, like the butterfly effect, caused a catastrophic event?

Well,

back to the class. We will use the two rationales above to evaluate this class. Imagine that I did not achieve the goals I set for that class on that day. As the consequentialist that I am, I would say that the class was a failure, even without knowing the consequences of the class in creating a more solid schema for future learning, for example.

However, if I side with Kant, then no; the class was good because my intention was good.

Now, try explaining that to your Cambridge Assessor hehehe…